Obras Sociais

A Comunidade Educativo-Pastoral da obra social

a) A importância da CEP da obra social

Dom Bosco, através do Oratório, ofereceu aos jovens abandonados uma verdadeira família na qual pudessem desenvolver-se e preparar-se para a vida; por isso, considerou importante a experiência comunitária.

A CEP nas obras e nos serviços que respondem à insatisfação juvenil tem caraterísticas próprias de configuração e crescimento. A experiência da Congregação nos últimos anos adquiriu alguns critérios que devem ser levados em conta para a consolidação da ação institucional. O serviço educativo integral é uma verdadeira opção missionária de acolhimento e de presença familiar entre os jovens que vivem situações de risco; atento à pessoa do jovem, acompanha-o na sua inserção comunitária como sujeito de direitos, empenhado na justiça e na renovação da sociedade, promovendo a cultura da solidariedade, segundo valores que se inspiram na Doutrina Social da Igreja (cf. Const. 33).

b) Os sujeitos da CEP da obra social

Os educadores vivem com os jovens uma relação de proximidade e amizade, na familiaridade e amabilidade da presença salesiana (bondade). Não basta trabalhar pelos jovens pobres, mas há que trabalhar em solidariedade e comunhão com eles; trata-se de uma experiência de inter-relação estreita e flexível, baseada num pacto educativo de acordos segundo o consenso recíproco.

A equipa de educadores é a principal responsável pela elaboração, implementação e avaliação do PEPS local. A corresponsabilidade de educadores e jovens no projeto é um elemento caraterístico da pedagogia salesiana. A experiência comunitária torna-se então uma escola prática para os próprios jovens. Eles reconhecem-se a si mesmos como educadores de outros companheiros, com os quais compartilham o mesmo processo de amadurecimento integral, que os prepara gradualmente para os futuros papéis de serviço educativo na própria obra, nas suas famílias e na sociedade.

Para efetuar uma ação educativo-pastoral de qualidade, não são suficientes as intuições, a experiência pessoal e a boa vontade subjetiva. Exigem-se dos educadores as seguintes condições:

  • garantir no PEPS as estratégias e intervenções que aprofundem continuamente as motivações e os valores que orientam as opções institucionais e de cada educador;
  • ter a preparação necessária para realizar o projeto com competência profissional e qualidade diante da complexidade das situações;
  • garantir o profissionalismo com fundamento vocacional, tanto mais dos educadores entregues a esse serviço na comunidade, especialistas em educação e humanidade;
  • cultivar um profundo conhecimento da realidade juvenil e dos processos culturais gerados no mundo da exclusão e da marginalização social;
  • aprofundar o estudo do Sistema Preventivo para o aplicar nas situações de vida quotidiana com uma formação contínua na dimensão social da caridade;
  • assumir o ponto de vista da Doutrina Social da Igreja e dos Direitos Humanos;
  • gerir de modo eficaz os longos processos educativos e de recuperação, garantindo ao mesmo tempo a capacidade de organização e gestão, como também a busca e a gestão dos recursos.

A intervenção proativa dos educadores e jovens no quotidiano exige a cooperação de especialistas profissionais: sociólogos, psicólogos, médicos, advogados, pedagogos, educadores sociais. Vão-se desenvolvendo, nestas obras, as melhores formas de voluntariado. São igualmente indispensáveis a ligação e a inter-relação sistemática com os referentes familiares e as demais instituições da região ou associações que trabalham no mesmo campo.

A convivência com os jovens em situações existenciais precárias e frágeis interpela os salesianos e os leigos a uma conversão pessoal e institucional. As situações de carência e as muitas faces de sofrimento, fragilidade, insatisfação e exploração questionam a vida do educador salesiano, as suas atividades ordinárias, o sentido profundo de gestos dados muitas vezes como garantidos. Esses aspetos e histórias exortam a uma ação concreta e ao imediatismo, à competência e paixão, ao planeamento e gratuidade, à espiritualidade e esperança.

Pela sua parte, os salesianos oferecem o testemunho austero de uma presença solidária e educativa entre os jovens; acompanham-nos sustentados pela profunda fé em Deus Pai; Ele quer que todos “tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo 10,10), enquanto adquirem um conhecimento cada vez mais profundo da realidade social circundante e dos seus mecanismos. Os educadores leigos, por sua vez, representam para os jovens um modelo próximo de vida em torno do núcleo familiar, conduzido responsavelmente, empenhados com qualidade profissional nas suas intervenções educativas e testemunhas da vida inspirada no Evangelho de Cristo.

2.5.3.- A proposta educativo-pastoral da obra social

O Projeto Educativo-Pastoral específico para estas obras e serviços sociais em favor dos jovens em situação de risco delineia a identidade da proposta e orienta o serviço dos educadores em função das exigências da qualidade profissional e da consciência vocacional previstas no modelo pedagógico salesiano.

a) A inspiração evangelizadora

A nossa ação educativa é inspirada no Evangelho e visa abrir os jovens a Cristo, aquele que «passou a vida fazendo o bem» (At 10, 38). Às vezes, nestas obras e serviços, as intervenções respondem, de forma imediata, a necessidades primárias de sobrevivência (alimentação, água, cuidados médicos, abrigo em ambiente familiar) para que os jovens possam crescer com autonomia e superem condicionamentos de dependência. Alcançado o primeiro objetivo, tende-se a garantir-lhes os demais recursos de que precisam para viver de maneira digna e segura. A fórmula de Dom Bosco, “honestos cidadãos e bons cristãos”, significa responder às necessidades dos jovens “abandonados”, em perspetiva humanizante.

O testemunho dos educadores e da CEP, o ambiente de acolhimento e de família, a defesa e promoção da dignidade da pessoa e seus valores são a primeira forma de anúncio e a primeira realização da salvação de Cristo, que é libertação e plenitude de vida.

Trata-se de uma ação educativa que partilha com os jovens uma proposta de crescimento interior, com atenção especial à dimensão religiosa da pessoa, fator fundamental de humanização e prevenção, apoio sólido de esperança para os jovens que sofrem gravemente as consequências dramáticas da pobreza e exclusão social.

A evangelização comporta, para nós, proximidade e participação, humanização e proposta. É um processo, e mesmo quando a proposta cristã não chega a todos com a mesma intensidade, é ainda a primeira forma autêntica de evangelização porque, como Jesus, imerge na realidade para a humanizar e chamar a todos ao seu seguimento.

«Através dos caminhos misteriosos do Espírito, que age no coração de todas as pessoas, e de maneira especial dos mais pobres e necessitados, cremos que nesta relação pessoal com Deus se escondem energias insuspeitadas para a construção da personalidade e para a sua formação integral» (P. Juan Vecchi, ACG 359, “Novas pobrezas, missão salesiana e significatividade”).

No PEPS, portanto, a comunidade educativa deve propor aos jovens experiências e itinerários que despertem neles a dimensão da vida espiritual e os ajudem a descobrir Jesus Cristo como seu Salvador (cf. CG26, n. 105-106). A proposta de evangelização deve inserir-se plenamente no processo educativo com itinerários pedagógicos simples, personalizados, estreitamente ligados à vida quotidiana, e graduais.

É preciso proteger e desenvolver o despertar religioso com paciência e perseverança, fazendo brotar o que há de positivo nos jovens, a consciência da sua dignidade, a sua vontade de se recuperar. As formas específicas de apoio e ação, que realizamos com os jovens, são estas: facilitar o surgimento de questões sobre o sentido da vida (que sentido tem a minha vida? Que tipo de pessoa eu quero ser?); estar presente nas celebrações e nos eventos importantes da sua vida familiar, social e religiosa; oferecer valores que orientem a busca religiosa e favoreçam a disponibilidade para a fé; apresentar o humanismo cristão do Evangelho de Jesus como Boa-Nova; convidar a sentirem-se acolhidos pela comunidade cristã e seus membros; propor experiências religiosas simples e de qualidade e a aceitação de compromissos progressivos.

b) Uma proposta educativa integral e orgânica

«A pobreza e a marginalização não são fenómenos puramente económicos, mas expressão de uma realidade que toca a consciência das pessoas e desafia a mentalidade da sociedade. A educação é, portanto, um elemento fundamental para a sua prevenção e superação, e é também o contributo mais específico e original que podemos dar como salesianos» (P. Juan Vecchi, ACG 359,“Novas pobrezas, missão salesiana e significatividade”).

É importante ajudar, com processos de “identificação”, a reconstruir e unificar o mundo interior. Numa época de fragmentação como esta, só se pode chegar à unidade interior através do contacto vital com pessoas e instituições de forte identidade, respeitosas da diversidade e libertadoras. Por isso, educamos com convicção e motivação, em relações personalizadas que expressam acolhimento e diálogo, respeito e aceitação incondicionada. Todo o educador é modelo positivo de identificação e ponto de referência no processo de desenvolvimento dos jovens. Ou, por outras palavras, a presença “entre” os jovens levanta questionamentos e suscita atração.

O ambiente precisa de animação comunitária familiar. No seu núcleo, os salesianos e educadores leigos têm um papel irrenunciável. Os jovens em situação de risco, a maior parte deles com experiências em ambientes familiares inadequados, precisam de um ambiente familiar, no qual encontrar as condições favoráveis para reestruturar e reorientar adequadamente a própria vida. Além disso, a oferta de um ambiente familiar, com a possibilidade de viver relações com referentes adultos positivos, rompe a barreira da desconfiança e desperta o desejo educativo.

Elemento essencial é o desenvolvimento da consciência crítica em relação a si mesmo e ao próprio ambiente, com critérios renovados de análise. As competências técnico-culturais e, sobretudo, a aquisição de hábitos de trabalho são um caminho importante para a inserção dos jovens na vida familiar, de trabalho e social.

A formação completa, que se estende a todas as experiências de vida dos jovens e a todas as dimensões da sua pessoa, valorizará os seus recursos de modo contínuo e sistemático para que se tornem cada vez mais responsáveis da própria vida. A nossa proposta educativa tem como finalidade o jovem, chamado a desenvolver-se em todas as dimensões da vida: pessoal, familiar, sociocultural, ambiental, sociopolítica e ético-religiosa.

c) A escolha do critério preventivo

A prevenção é um método educativo que tem em vista curar a insatisfação prevenindo os seus efeitos negativos; é também uma ação social sistemática que não se reduz à assistência momentânea, mas ataca a marginalização nas suas causas. Trata-se de uma ação não só educativa dirigida às pessoas, mas também de amadurecimento de uma nova mentalidade social a nível cultural e político, para o bem comum e os direitos humanos.

A nossa proposta educativa inclui, em muitas ocasiões de emergência, assistência e proteção social. O critério preventivo garante as condições pedagógicas para a reconstrução de uma vida digna, evitando o seu agravamento. É fundamental o acompanhamento pedagógico oferecido aos jovens durante o seu processo de crescimento, destinado a fazer deles pessoas autónomas, capazes de gerir responsavelmente a própria vida.

Por vezes, a condição pessoal dos jovens exige obras e serviços capacitados para a recuperação e reeducação. Dom Bosco apresenta um sistema entre os mais adequados para a reeducação dos jovens que caíram na delinquência ou vivem seriamente marginalizados. A pedagogia contemporânea avalia a “resiliência” como a capacidade de uma pessoa ou de um grupo progredir, mesmo a partir de eventos desestabilizadores ou condições difíceis de vida, com graves traumas.

«A força educativa do Sistema Preventivo é demonstrada também na capacidade de recuperação dos jovens transviados que conservam pontos acessíveis ao bem» (CG22, n. 72).

O projeto salesiano oferece a pedagogia do grupo como experiência para aprender a viver em relação e diálogo espontâneo em autonomia e interdependência. Para estes jovens que tendem a associar-se e a deixar-se ajudar pelo grupo e a nele encontrar refúgio, o grupo é um fator determinante para todo o processo educativo e para a reconstrução da própria personalidade.

d) A perspetiva social e política

A resposta salesiana à marginalização e exclusão juvenil também tem necessariamente uma perspetiva social e política. As suas obras e os seus serviços promovem a cultura do outro, da sobriedade, da paz, da justiça, entendida como atenção ao direito de todos a viver de maneira digna.

«Ajudar a criar uma nova mentalidade e uma nova cultura que suscite mudanças de critérios e de visões mediante gestos e ações… Trata-se de promover a cultura do outro, da sobriedade… da disponibilidade para compartilhar gratuitamente, da justiça, entendida como atenção ao direito de todos à dignidade, e mais diretamente, trata-se de envolver pessoas e instituições numa obra de ampla prevenção, de acolhimento e de apoio a quem tem necessidade disso» (P. Juan Vecchi, ACG 359, “Novas pobrezas, missão salesiana e significatividade”).

A ação educativa nestas obras e serviços prepara e ajuda os jovens a empenhar-se no território. Ao mesmo tempo, promove a transformação da mentalidade colaborando na transformação da realidade social. É preciso enfrentar a luta contra a pobreza e exclusão social como desafio estrutural. A reflexão constante sobre a pobreza e a marginalização, sobre a sua influência no mundo juvenil, especialmente na família, envolve uma colaboração sistemática entre as diversas instituições educativas presentes no território. O nosso carisma pede-nos para compreender atentamente as categorias culturais da juventude, dos pobres, das minorias, a fim de reconstruir uma nova humanidade também a partir das margens da história.

Exige-se uma análise contínua do ambiente social local que indique de forma cada vez clara os desafios ao PEPS e proponha processos pertinentes e intervenções específicas. Cresce a consciência de colaboração em rede com outras instituições na elaboração de políticas educativas, familiares, juvenis, urbanísticas e outras, capazes de prevenir e superar as causas estruturais do mal-estar. É preciso reforçar a presença das Províncias junto dos organismos civis competentes para continuar a evolução das políticas sociais juvenis e intervir na reflexão e nas decisões legislativas.

Toda a CEP se insere na Igreja e no ambiente social em que realiza o seu projeto. Aspiramos à promoção da cultura da solidariedade segundo o Evangelho de Jesus. O projeto de atenção pastoral à infância, adolescência e juventude em situação de risco torna concretas a participação e a ação libertadora pela justiça e pela paz (cf. Const. 33) e, envolvendo todos os responsáveis, faz-se voz profética para a construção de uma sociedade digna do homem.

2.5.4.- A animação pastoral orgânica na obra social

a) Principais intervenções da proposta

[1] A resposta às novas pobrezas juvenis deve ser dada em todas as obras e serviços da Província. A colaboração e complementaridade das diversas obras salesianas presentes no território e o serviço de um projeto unitário de promoção e educação juvenil multiplicam as forças e tornam mais eficazes as ações de cada uma. Dê-se atenção, nos projetos provinciais e locais, às situações de crise juvenil e às diversas manifestações de pobreza e exclusão social, e definam-se os objetivos e as propostas educativas mais adequadas para a sua prevenção e superação. É muito oportuna a criação de uma rede de informação sobre projetos, presenças, programas e atividades.

[2] O PEPS de uma obra dedicada explicitamente ao serviço social para os jovens em situação de risco planeia políticas e estratégias em função das fases graduais de atenção e acompanhamento:

  • aproximar-se, interessar-se e conhecer a situação dos jovens, partilhando os seus interesses no mundo deles e nos seus ambientes, acolhendo-os incondicionalmente desde o início;
  • fazer intervenções pertinentes para a reestruturação/recuperação pessoal dos jovens, ajudando-os a conhecer-se para depois lhes oferecer a possibilidade de refazer e reconduzir de maneira positiva a própria vida (cultivando atitudes adequadas de uma sadia relação consigo mesmos e com os outros);
  • conhecer o seu mundo religioso, para oferecer experiências que estimulem desde o início o crescimento da sua dimensão espiritual e os ajudem a assimilar pessoalmente valores educativos, religiosos e evangélicos;
  • ajudar a descobrir e experimentar a presença amorosa e paterna de Deus na própria vida, criando condições para o colóquio pessoal, paciente, confiante e confidencial;
  • trabalhar sobre pequenos compromissos para chegar a maiores responsabilidades. A própria participação dos jovens nas ações e celebrações cívicas do território, com experiências de grupo e solidárias, leva-os gradualmente a compromissos mais estáveis.

[3] Como se viu, a prevenção não é só um método de remediar a insatisfação e prevenir os seus efeitos, mas também de criar condições adequadas para que cada jovem desenvolva todas as suas potencialidades. É importante promover ambientes abertos, que ofereçam uma ampla gama de possibilidades e iniciativas, especialmente atividades de socialização conhecidas nas linguagens juvenis como a música, o teatro, o desporto, a arte, os passeios pelo campo, as novas TIC (tecnologias da informação e da comunicação), nas quais é valorizado nas suas qualidades. São meios significativos de recuperação e ação preventiva que favorecem, no projeto global, o acompanhamento educativo pessoal de todo o jovem.

[4] A luta contra a exclusão social deve ser programada com “estratégias em sinergia”, capazes de fazer convergir na mesma direção os contributos dos diversos atores sociais: o bairro ou território, as instituições e entidades ou grupos, as inter-relações humanas em que acontecem os fenómenos de exclusão e as situações de crise. Trata-se de fazer amadurecer na sociedade uma nova mentalidade e a cultura da solidariedade, e de intervir, em colaboração com outros agentes, nas políticas educativas, familiares, juvenis, que pesam sobre a vida e a condição dos jovens.

b) As estruturas de participação e responsabilidade

Animação local

Enfrentando a velocidade com que acontecem as mudanças fundamentais nas nossas sociedades, a CEP deve empenhar-se na busca de respostas eficazes para as situações de pobreza juvenil dos nossos ambientes e do contexto territorial, com iniciativas para implementar processos rápidos de coordenação na realização de projetos específicos.

A atenção aos jovens em dificuldade deve ser mantida em todas as comunidades e obras da Província, com a revisão da cultura e da mentalidade promovida no PEPS. A elaboração do PEPS local deverá incluir indicadores relativos a essa sensibilidade: abertura da obra ao ambiente e ao mundo dos jovens; reforço da mentalidade de projeto orgânico segundo os critérios e exigências do trabalho educativo-pastoral pelos mais pobres; dinâmica e metodologia próprias da obra, que evitam a exclusão; presença, participação e envolvimento dos jovens em dificuldade nas atividades e nos grupos; qualidade dos processos educativos e dos programas, como são exigidos pelas condições dos beneficiários.

As obras específicas destinadas à atenção pastoral dos jovens em situação de risco têm reunido grande número de critérios e intervenções que identificam a sua gestão. Como em toda a obra salesiana, exige-se uma presença educativo-pastoral com a correta gestão e administração dos respetivos recursos económicos.

Deve-se cuidar da sustentabilidade do próprio projeto em termos de recursos humanos, administrativos, pedagógicos e financeiros. A assessoria jurídica é importante em todos os setores, com seus instrumentos mais adequados. Este último aspecto deve ser aprofundado em colaboração com as obras e os serviços da Província e as Instituições presentes no território.

Os jovens apresentam-se nas estruturas e nos organismos de animação como sujeitos ativos da própria formação, em vista da sua inserção sociofamiliar.

Animação provincial/nacional

Crescem nas Províncias a sensibilidade e a preocupação, a reflexão e o trabalho pelo mundo da marginalização juvenil. Esta realidade já não é uma parte isolada, identificada com alguma obra em particular, ou animada apenas por iniciativas pessoais. A atenção aos últimos vai- se tornando “sensibilidade institucional” expressa no PEPS provincial, com o qual a CEP dá especial atenção aos fatores de pobreza e exclusão e se orientam serviços específicos em favor dos jovens em situação de risco. O PEPS, coerente com as suas opções, políticas e estratégias em favor dos mais pobres, orienta a ação de animação orgânica e em rede, em colaboração a todos os níveis, com a Família Salesiana e outros organismos eclesiais e civis.

Os principais critérios que orientam as intervenções de animação provincial privilegiam os aspetos da formação e animação pastoral orgânica:

  • formação social e política dos educadores salesianos, religiosos e leigos, e da CEP, de modo que compreendam a complexa realidade da pobreza e da exclusão em que os jovens vivem, para traçar itinerários adequados aos destinatários e aos educadores (consagradas/os e leigos, referentes afetivos/familiares);
  • só com a reflexão e a revisão sistemática será possível consolidar o trabalho que se realiza; a planificação dos processos, a sua avaliação e a nova programação serão, cada vez mais, instrumentos de melhor qualidade.

O Coordenador provincial das obras e dos serviços para os jovens em situação de risco participa na Equipa da Pastoral Juvenil Salesiana. Nalgumas Províncias/nações há uma comissão provincial/nacional que acompanha a Província na realização da ação salesiana: opção carismática preferencial por toda a missão. Nalgumas realidades nacionais, a coordenação foi assumida por uma estrutura civil salesiana (associação, federação ou outra) que projeta e atua as intervenções em favor dos menores e jovens, particularmente daqueles que vivem em situação de marginalização, insatisfação e exclusão social.

O Gabinete de Planeamento e Desenvolvimento é particularmente importante para a animação e coordenação deste ambiente. O gabinete ajuda a Província a planear estrategicamente as suas intervenções para o desenvolvimento e a buscar fontes de financiamento para os projetos. É muito importante o trabalho conjunto dos gabinetes com a Delegação Provincial da Pastoral Juvenil, a fim de garantir a inserção dos projetos no PEPS provincial e, ao mesmo tempo, promover o planeamento sistemático e a revisão exigente dos objetivos do PEPS local.

Fonte: A Pastoral Juvenil SalesianaQuadro de Referência

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