A presença salesiana em Angola começou a partir do ‘Projecto África´, ideia lançada pelo então Reitor Mor, P. Egídio Viganò, em 1975. À Inspetoria de São Paulo (Brasil – BSP) coube, a partir de 1981, de coordenar a missão em Angola. A administração, orientação jurídica, responsabilidade formal desta jurisdição fcaram diretamente ligadas à Inspetoria de São Paulo, que pôde contar, desde os inícios, com a ajuda de outras inspetorias do Cono Sul Americano (Argentina, Uruguai, Brasil e Paraguai), ajuda seja em dinheiro, seja com o envio de missionários.
No ano, 2021, temos cumprido os 40 anos da presença salesiana nestas terras. Dom Bosco sonhou e pensou em Angola. Em carta de 5 de Junho de 1880, o Arcebispo de Angola, Dom José Sebastião Neto, pedia a Dom Bosco dois padres e um leigo salesiano para Angola. Na carta o Bispo afirmava que “há já bastante tempo luto com a dificuldade de encontrar sacerdotes de confiança que me acompanhem à África e me ajudem no exercício de meu ministério episcopal na Diocese de Angola e Congo”.
Em resposta ao Bispo de Angola, Dom Bosco afirma, em 1881, que não dispunha no momento de salesianos, e que, no devido tempo, chegariam na África. Os primeiros salesianos chegaram em Angola justamente em 1981, cem anos depois da resposta de Dom Bosco.
Nestes 40 anos a contribuição dos salesianos em Angola priorizou-se em:
a) O desenvolvimento, reflexão e produção de materiais em ordem da Pastoral Juvenil e catequese, particularmente nas paróquias e grupos juvenis, que eram os únicos lugares possíveis para desenvolver a missão salesiana nos primeiros 15 anos.
b) Presença em zonas missionárias de difícil acesso como em Moxico (a nossa paróquia chegou a ser de 90.000 km2, Kwanza sul com mais de 140 aldeias; ou zonas de conflito, como Cabinda, ou em cidades onde cresce a demanda religiosa popular e juvenil como Ndalatando, Dondo, Luanda, Benguela e ultimamente em Huambo.
c) Temos tido no passado recente uma significativa presença na Formação profissional, particularmente no período post-bélico, onde participaram mais de 60.000 alunos. Por motivos da crise económica e o fim de protocolo de colaboração, passamos de ter 11 CFP a ter hoje apenas
d) Temos tido uma presença significativa na Alfabetização, particularmente entre (1998-2014) por onde passaram mais de 100.000 pessoas e a Escola formal (atualmente com mais de 20.000 alunos).
e) A pastoral com as Crianças e Adolescentes em Risco (CAR), o crianças em situação de rua. Desde o fm dos anos 90 até a presente data tem crescido a rede do CAR, com grande reconhecimento da Sociedade Civil e organizações. É um processo educativo que inicia nas ruas, para continuar em centros de acolhida, centros de formação profissional e casas de autonomia que prepara os jovens a inserir-se na sociedade e no mercado de trabalho.
A presença salesiana é hoje muito conhecida e estimada em Angola. Temos organizado e feito legalizar a Congregação também como Associação Civil (Associação dos Salesianos de Dom Bosco), reconhecida pelo Governo (Diário da República 22/08/2007).