Emílio Cauandimba

Nota fúnebre

O Salesiano Clérigo MANUEL, Emílio Cauandimba nasceu aos 14 de outubro de 1997, no município de Cazenga – Luanda, filho de José António Manuel e de Maria Salomé. Foi batizado no dia 17 de outubro de 2010 na Sede paroquial S. José de Nazaré – Luanda. Primeira comunhão no dia 17 de outubro de 2010 na Sede paroquial S. José de Nazaré – Luanda. O Crisma no dia 21
de novembro de 2015 na Sede paroquial S. Paulo – Luanda. Fez o ensino primário nos anos 2004 a 2013 no Complexo Escolar Dom Bosco – Sambizanga. Ensino Médio nos anos de 2014 a 2016 em Luanda (Viana) no Complexo Escola Estevão Sándor. Emitiu sua primeira profissão na Congregação Salesiana no dia 31 de janeiro de 2019 na Sede Paroquial S. Paulo – Luanda;
estudou filosofia nos anos de 2019 a 2022 – Luanda (Palanca) no Instituto Superior Dom Bosco.
Recebeu a obediência como Assistente dos Pré-Noviços na Comunidade Salesiana NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO no Dondo. Onde exercia com exemplaridade sua missão, até ao falecimento acontecido por acidente: afogamento nas margens do Rio Kwanza.

No dia 3 de outubro houve missas de 7º dia na Igreja N. S. do Rosário de Dondo e na capela S. Bakita de Sambizandga, em Luanda, aonde ele cresceu. Depois de 10 dias de buscas, nas águas do Rio Kuanza e na lagoa de Cambambe, por parte do corpo dos Bombeiros de Dondo, o corpo foi avistado por pescadores por volta das 10:30 do dia 6 de outubro, nos arredores do acidente. A causa da decomposição dos restos mortais de Emílio, o seu sepultamento aconteceu às pressas, na tarde do mesmo dia, no cemitério ‘salesiano’, após a celebração eucarística realizada na Igreja de N. S. do Rosário, presidida pelo vigário inspetoria e com a presença de familiares, salesianos, pré-noviços e muitos fiéis.

Virtudes de Emílio

Eis algumas das virtudes, pelas quais tem chegado a sua maturidade cristã:
– Humildade: Muitos dos seus irmãos destacam a sua calma, humildade e simplicidade. Ele impunhase pela sua autoridade moral, não pela força. A humildade cria comunhão, ganha as bênçãos do Senhor.
– Liderança no silêncio. Emílio não era um homem de muitas palavras, extrovertido. Ele olhava, acompanhava, seguia tudo e com sabedoria dizia a palavra oportuna. Essa prudente atitude lhe concedia uma reconhecida liderança entre os seus irmãos e colegas.
– Disponibilidade: Ele manifestava abertura e disponibilidade para o serviço que se lhe solicitasse. Mesmo quando o inspetor solicitava irmãos para levar a frente a formação profissional ou as missões, eis que o nosso irmão se oferecia, seja para preparar-se nos estudos técnicos, como para estar disponível para ir, por exemplo a Moçambique se for necessário a colaborar com os nossos irmãos.
– Profundidade intelectual e espiritual: Ele facilmente destacava-se nos estudos, aparecia nos quadros de honra. Sabia aprofundar, enxergar a fundo as coisas, os temas de estudo e pastorais. As conversas com ele tocavam temas de profundidade.
– Constância e responsabilidade. Assumia as suas tarefas com responsabilidade. Basta ver como assumiu com carinho e dedicação a tarefa que a Congregação lhe confiou como assistente dos pré-noviços. Até o seu último minuto esteve cumprindo as suas tarefas de assistente.
– Transparência e abertura. Em diálogo com ele, abria-se e partilhava os seus sonhos, as suas dúvidas, tentações, incertezas, opiniões, aspirações. Era um diálogo transparente, profundo e fecundo. Era uma grande riqueza e muito edificante dialogar com ele, sobre tudo nos assuntos da Congregação da vocação e da nossa missão.
– Vida unificada por Deus. Diz dele o seu irmão Joaquim Soma, companheiro de apostolado: Emílio foi um salesiano que soube unir os estudos, união com Deus, trabalho, vida comunitária e silêncio numa única coisa. Tive a graça de partilhar com ele durante seis meses a pastoral. Fazíamos pastoral juntos em Kalakala. No carro sempre em silêncio rezava o terço, tinha sempre o terço na mão isso demonstra a união com Deus que ele tinha e amava bastante Nossa Senhora. Ageu, Cristo padre Ernesto e Eu fazíamos pastoral nos bairros, ele era o responsável da catequese ali na cidadela em Kalakala, quando nós saímos do bairro o encontrávamos sempre a rezar o terço com um menino. Ele os amava muito; os irmãos que fazem pastoral comigo em Kalakala podem confirmar. Sempre estava onde os meninos estavam e escutava-os com muita paciência. A mim chama-me bastante atenção essa sua capacidade de unir as virtudes salesianas em um só elemento. Na verdade, foi um grande filho
de Dom Bosco em sua serenidade, no seu silêncio, na sua profunda união com Deus e na sua fraternidade.

Dai-lhe Senhor o eterno repouso e que a sua alma descanse em paz.


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